quarta-feira, 9 de junho de 2010

A prática do Judô diferenciado


A compreensão do corpo tem avanços significativos ocorridos acerca da compreensão da totalidade (Corpo, mente, espírito), Cada sintoma sendo do corpo da mente ou do espírito nos transmite uma mensagem particular que precisamos perceber e reconhecer, fazendo uso disso em nosso cotidiano, na busca de novas linguagens e conceitos. E a esta capacidade de cada pessoa sentir e apossar-se do seu próprio corpo como meio de manifestação e interação com o mundo que observamos a vivencia do Judô com os olhos vendados em um ambiente externo.

O movimento é biológico, é fisiológico, é antropológico, o que é o movimento?

A Física clássica define-o como o “deslocamento de um copo no espaço”. Para a biologia o movimento é resultado da atividade de trilhões de células que compõem os organismos vivos, sobre os quais sobressai o homem. A filosofia define o movimento como a busca da superação ou da plenitude do “ser” humano. Movimento, sentimento, como separá-los?

Eu sinto com a minha mente, movimento-me com o meu corpo, movimento-me com a minha mente e sinto com o meu corpo, assim não é possível separar essas estruturas e esses processos. Não posso falar do meu corpo para o meu corpo sem ser o meu corpo.

As pessoas utilizam o corpo na Idea de corpolatria, ou seja, tem o objetivo da sexualidade. Os antropólogos Stephane Malysse e David Le Breton levantaram num estudo sobre a antropologia do corpo que “... as mulhres frutas e os homens troncos se encaixam perfeitamente nesse cenário antropológicos, sendo divididos na cintura, pois a parte superior representa a parte masculina, a força, a virilidade e a parte inferior a feminilidade, a reprodução e suas formas sexuais acentuadas... Nos dois casos, a questão central é a sexualidade, a sedução e a competitividade no mercado social. (Malysse, Stephane; Le Breton, David. Corpolatria. Revista Tripp. São Paulo. Edição Dez. 2009. Pág. 110)

Em cima desta afirmação entendemos que o deficiente visual não tem a concepção de corpolatria porém pratica atividades esportivas visando qualidade de vida. O deficiente visual não visa o corpo belo.

Vivência

Utilizando a prática do judô diferenciado como vivência, observamos diversas sensações como medo, perca da noção do espaço, ampliação do sentido da audição, desconforto, exposição ao ambiente externo, entre outras.

Analisa o corpo como forma de experiência ou como modo de ser vivido, mas que tem um caráter específico ao lado de outros experiência ou modos de ser. Um exemplo desta tendência encontra-se na fenomenologia de Husserl. Também Sartre inclui-se nesta vertente. Mas foi indubitavelmente Merleau-Ponty que avançou mais nesta interpretação. “Quer se trate do corpo de outrem, ou quer se trate do meu não tenho outro modo de conhecer o corpo humano se não o de vivê-lo, isto é de assumir por minha conta o drama que me atravessa, e confundir-me com ele”. (Medina, João Paulo Subirá – O brasileiro e seu corpo. Editora Papirus. Campinas. 1998. 5ª. Edição. Págs. 51 e 52)

Este drama sentido foi justamente por uma situação nunca vivida, num ambiente diferente e com os olhos vendados.

“O trabalho com os temas transversais precisa ser pautado numa perspectiva interdisciplinar, e por isso, não adianta fazer com eles o que muitos tentaram: transformá-lo em disciplina. Sua principal característica é estabelecer relação entre matérias, entre a teoria e a prática, entre a pessoas e a sua produção de conhecimento, entre os conhecimentos sistematizados e os extracurriculares, entre o fato social e o saber sistematizado”. Barbosa, Laura Monte Serrat. Temas Transversais – como utilizá-los na prática educativa?. Editora IBPEX. Curitiba. 2007. Pág. 11)

Bibliografia:

Moreira e Moraes. Pensando a Educação Motora. Editora Papirus. Campinas. 4ª. Edição. Pág.. 193

Medina, João Paulo Subirá – O brasileiro e seu corpo. Editora Papirus. Campinas. 1998. 5ª. Edição. Págs 51 e 52

Malysse, Stephane; Le Breton, David. Corpolatria. Revista Tripp. São Paulo. Edição Dez. 2009. Pág. 110
Barbosa, Laura Monte Serrat. Temas Transversais – como utilizá-los na prática educativa?. Editora IBPEX. Curitiba. 2007. Pág. 11

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