segunda-feira, 1 de março de 2010


História do xadrez
A origem do xadrez é certamente o maior mistério existente no mundo. Infelizmente os historiadores não conseguem chegar a um consenso sobre o lugar de onde se originara o xadrez. O documento mais antigo é provavelmente a pintura mural da câmara mortuária de Mera, em Sakarah (nos arredores de Gizé, no Egito). Ao que parece, essa pintura, representa duas pessoas jogando xadrez e data de aproximadamente 3 000 anos antes da era cristã.
Hoje a teoria mais aceita é que ele se originou na Índia por volta do século VI d.C. Era conhecido como "o jogo do exército" ou "Chaturanga" e podia ser jogado com dois ou mais jogadores. Graças as viagens dos mercadores e dos comerciantes o jogo se espalhou para leste (China) e oeste (Pérsia). Mais adiante os árabes estudaram profundamente o jogo e se deram conta que ele estava bastante relacionado com a matemática, escreveram vários tratados sobre isto e aparentemente foram os primeiros a formalizar e escrever suas regras.
A primeira menção do xadrez está em um poema Persa em qual menciona que a vinda do jogo foi na Índia. O xadrez emigrou para a Pérsia (atual Irã) durante o reinado de Chosroe-I Annshiravan (531-579) e é descrito em um manuscrito persa daquele período. Este texto explica a terminologia, nomes e funções das peças com certo detalhe.
O xadrez também é mencionado na poesia épica de Firdousi (940-1021), Schanamekh - O livro dos reis, no qual ele menciona presentes que são dados por uma caravana do Rajah da Índia na corte do rei Persa Chosroe-I. Entre esses presentes, se encontrava um jogo que simulava uma batalha entre dois exércitos. Registros mostram que havia originalmente quatro tipos de peças usadas no xadrez. O Shatrang (sânscrito Hindú) significa "quatro" e anga significa "lados".
Na dinastia Sassanid (242-651 d.C.) um livro foi escrito no idioma Médio Persa Pahlavi chamado "Chatrang namakwor" (Um manual de xadrez). O shatrang (xadrez) representa o universo de acordo com o antigo misticismo Hindú. Os quatro lados representam os quatro elementos (fogo, ar, terra e água) e as quatro virtudes do homem. Embora os nomes das peças sejam diferentes em vários países hoje, seus movimentos são surpreendentemente parecidos. Na Pérsia, a palavra "Shatrang" se usou para nomear o mesmo xadrez.
Por volta do ano 651 d.C., com a conquista da Pérsia, os árabes adotam este jogo, valorizando-o e difundindo-o por todo o Norte da África, assim como por todos os reinos europeus dominados nos séculos seguintes, em particular para a Espanha (onde recebe, sucessivamente, os nome de: Acedrex, Axedres, Axedrez, Ajedrez), Portugal (Xadrez), a Sicília (Scachi Scacchi), a costa francesa do Mediterrâneo (Eschec, Eschecz, Eschecs, Échecs) e a Catalunha (Escacs, Eschacs, Scacs, Schacs, Eschacos, Schachos).
Os mais antigos manuscritos consagrados inteiramente ao xadrez, denominados Mansubas, aparecem em Bagdá, durante a Idade de Ouro Árabe. Não tendo em sua língua nem o som inicial nem o som final da palavra Chatrang, eles a modificam para Shatranj. Aproximadamente em 840, Al Adli, melhor jogador do seu tempo, publica um manuscrito Livro do xadrez (este original foi perdido).
No início do século IX o califa de Bagdá Haroun-al-Rachid (766-809) oferece a Carlos Magno (768-814) um jogo em mármore, hoje desaparecido. Conservam-se, no entanto, na Biblioteca Nacional de Paris, algumas peças denominadas Charlemagne.
Por volta do século IX o xadrez foi introduzido na Europa por duas vias distintas: segundo uns pela invasão muçulmana da Península Ibérica, e segundo outros, durante o confronto Ocidente-Oriente na Primeira Cruzada. No século XI já era amplamente conhecido no velho mundo.
Uma outra versão bastante aceita para a origem é de que ele tenha se originado na China em 204-203 a.C. por Han Xin, um líder militar, para dar às suas tropas algo para fazer no acampamento de inverno. Um jogo conhecido como "go" que tem um rio, um canhão, um cavalo, uma torre, um rei, um peão e um bispo, sendo que estas quatro últimas peças localizam-se na mesma posição do xadrez ocidental. As peças tem inscrições em caracteres chineses e são colocadas em "pontos". Há duas referências do xadrez na literatura antiga chinesa. A primeira foi de uma coleção de poemas conhecida como "Chu chi". O autor chamava-se Chii Yuan. A segunda é de um famoso livro de filosofia conhecido como "Shuo Yuan" que citava Chu Chi.
Mas existem vários tipos de xadrez: xadrez ocidental, xadrez chinês, xadrez japonês (shogi), xadrez coreano, xadrez burmês, xadrez cambojano, xadrez tailândes, xadrez malaio, xadrez indonésio, xadrez turco e possivelmente até xadrez etíope. Todos tem em comum certos aspectos como: o objetivo é dar xeque-mate ao rei, todos tem o rei no centro, uma torre no canto, um cavalo próximo a ela e peões em frente, e os movimentos dessas peças é idêntico ou quase idêntico ao do xadrez ocidental.
Falar afirmativamente sobre o xadrez ter se originado em tal época e em tal lugar de tal maneria pode ser uma coisa muita mais séria do que se imagina, pois existem muitas pessoas que defendem com todas as forças que a origem do xadrez foi na Índia, enquanto alguns outros afirmam com toda certeza que ele surgiu na China muito antes do que na Índia. Infelizmente não chegamos a um acordo sobre tudo isso, pois a origem do xadrez já foi atribuída até ao rei Arthur, ao rei Salomão, aos sábios mandarins contemporâneos de Confúcio, aos Egípcios e aos Gregos, no cerco à Tróia, para distrair os soldados. O correto é que tenha se originado de onde for o xadrez é um do jogos mais prestigiados do mundo, sendo tratado muitas vezes como arte ou ciência.
As regras e os movimentos das peças sofreram alterações ao longo do tempo, mas ultimamente as regras são as mesmas desde o século XV.
Na Idade Média, o "jogo dos reis" adquire, rapidamente, o status de passatempo favorito da sociedade aristocrática européia, sendo proibida a sua prática entre os pobres. Recomenda-se começar sua aprendizagem aos seis anos de idade. As mulheres nobres não hesitam em sentar-se em frente do tabuleiro, mostrando-se, inclusive, tão hábeis quanto os homens. Estes, só têm o direito de entrar em um aposento feminino com o objetivo explícito de jogar xadrez.
No século XIII as casas do tabuleiro passaram a ser dividas em duas cores para facilitar a visualização dos enxadristas. O duplo avanço do peão em sua primeira jogada surgiu em 1283, em um manuscrito europeu.
Mas uma das principais alterações aconteceu aproximadamente em 1485, na renascença italiana, surgindo o xadrez da “rainha enlouquecida”. Até esta época não existia ainda a peça rainha, e em seu lugar havia uma chamada Ferz, que era uma espécie de Ministro. Ele, que só podia deslocar-se uma casa por vez pelas diagonais, transformou-se em Dama (Rainha) ganhando o poder de mover-se para todas as direções.
A transformação de uma peça masculina em Rainha pode ser considerada como um indício da crescente valorização da mulher durante o período medieval, mas também como metáfora de uma sociedade dominada por um casal monárquico. Porém, para o psicanalista Isador Coriat é possível que esta metamorfose tenha sido motivada por uma tendência a identificar-se inconscientemente o xadrez com a estrutura do complexo de Édipo, o Rei simbolizando o pai e a Rainha a mãe.
Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopez de Segura, que foi o melhor jogador deste período, propôs a utilização do roque. Esta alteração será aceita na Inglaterra, França e Alemanha somente 70 anos depois. O movimento En Passant já era usado em 1560 por Ruy Lopez, embora não se conheça seu criador.
Em vinte anos as inovações espalham-se e as duas modalidades de xadrez coexistem por toda a Europa. A nova maneira de jogar imprime um maior dinamismo às partidas, devido à grande riqueza combinatória que ela proporciona, e o antigo xadrez é, rapidamente, relegado ao esquecimento.

REGRAS DO JOGO
Artigo 1: A natureza e os objetivos do jogo de xadrez
1.1 O jogo de xadrez é disputado entre dois adversários que movem alternadamente peças sobre um tabuleiro quadrado chamado "tabuleiro de xadrez". O jogador com as peças brancas inicia a partida. É dito que um jogador "tem o lance" quando o lance de seu adversário foi completado.
1.2 O objetivo dos jogadores é colocar o rei do adversário "sob ataque" de forma que o adversário não tenha lance legal que evitaria a "captura" do rei no lance seguinte. É dito que o jogador que consegue isso deu "xeque-mate" no adversário e ganhou a partida. O adversário que levou xeque-mate perdeu a partida.
1.3 Se a posição for tal que nenhum jogador pode dar xeque-mate, a partida está empatada.

Artigo 2: A posição inicial das peças no tabuleiro
2.1 0 tabuleiro de xadrez é composto de 64 casas iguais alternadamente claras (as casas "brancas") e escuras (as casas "pretas"). 0 tabuleiro de xadrez é colocado entre os jogadores de modo que a casa do canto à direita do jogador seja branca.
2.2 No começo da partida um jogador tem 16 peças de cor clara (as peças "brancas"); o outro tem 16 peças de cor escura, (as peças "pretas"):

Essas peças são as seguintes:
Um rei branco,
Uma dama branca,
Duas torres brancas,
Dois bispos brancos,
Dois cavalos brancos,
Oito peões brancos,
Um rei preto,
Uma dama preta,
Duas torres pretas,
Dois bispos pretos,
Dois cavalos pretos,
Oito peões pretos,

2.4 As oito séries verticais de casas são chamadas "colunas". As oito séries horizontais de casas são chamadas "fileiras". Uma linha reta de casas de mesma cor, que vai de um canto a outro, é chamada "diagonal".

Artigo 3: A movimentação das peças
3.1 Nenhuma peça pode ser movida a uma casa ocupada por uma peça da mesma cor. Se uma peça é movida para uma casa ocupada por uma peça do adversário esta última é capturada e removida do tabuleiro como etapa do mesmo lance. É dito que uma peça ataca uma casa se a peça pode fazer uma captura de acordo com 3.2 a 3.5.
3.2 a) A dama se movimenta a qualquer casa na coluna, fileira, ou diagonal em que está.
A torre se movimenta a qualquer casa na coluna ou fileira em que está.
O bispo se movimenta a qualquer casa na diagonal em que está.
Quando fazem esses lances, a dama, torre ou bispo não podem passar sobre quaisquer peças interpostas.
3.3 0 cavalo se movimenta a uma das casas mais próximas daquela em que está, mas não na mesma coluna, fileira ou diagonal. Ele não passa diretamente sobre nenhuma casa vizinha.
3.4 a) 0 peão se movimenta adiante à casa desocupada imediatamente em frente dele na mesma coluna, ou
b) no seu primeiro lance o peão pode avançar duas casas pela mesma coluna desde que ambas estejam desocupadas, ou
c) o peão se move para uma casa ocupada por uma peça do adversário que esteja diagonalmente à frente dele numa coluna vizinha, capturando esta peça.
d) Um peão atacando uma casa atravessada por um peão do adversário que tenha avançado duas casas num lance a partir da sua casa de origem, pode capturar esse peão do adversário como se este último tivesse avançado apenas uma casa. Essa captura só pode ser feita no lance seguinte a esse avanço e é chamada captura "en passant".
e) Quando um peão alcança a fileira mais distante de sua posição inicial deve ser substituído, como etapa do mesmo lance, por uma dama, uma torre, um bispo, ou um cavalo da mesma cor. A escolha do jogador não é restrita a peças que foram capturadas previamente. Essa troca de um peão por outra peça é chamada "promoção" e o efeito da nova peça é imediato.
3.5 a) 0 rei pode se movimentar de duas maneiras, seja:
1) movendo-se para qualquer casa adjacente que não esteja atacada por uma peça do adversário, ou
2) "rocando". Esse é um movimento do rei e de uma das torres da mesma cor na mesma fileira, contando como um único lance do rei e sendo executado da seguinte forma: o rei é transferido da sua casa original duas casas em direção à torre, e então essa torre é transferida por sobre o rei para a casa que o rei acabou de atravessar.

1) 0 roque é ilegal:
(a) se o rei já foi movido, ou
(h) com uma torre que já foi movida.
2) 0 roque não é permitido temporariamente:
(a) se a casa onde rei está, ou a casa que ele deve atravessar, ou a casa que ele vai ocupar, estiverem atacadas por uma ou mais peças do adversário.
(b) se houver alguma peça entre o rei e a torre com a qual o roque vai ser
feito.
a) É dito que o rei está "em xeque", se está sob o ataque de uma ou mais peças do adversário, mesmo se tais peças não puderem se mover. Declarar um xeque não é obrigatório. Um jogador não pode fazer um lance que coloque ou deixe seu próprio rei em xeque.

Artigo 4: A ação de movimentar as peças
4.1 Cada lance deve ser feito com uma só mão.
4.2 Desde que primeiramente expresse sua intenção (por exemplo, dizendo 'j'adoube"), o jogador que tem o lance pode arrumar uma ou mais peças em suas casas.
4.3 Exceto como prevê o Artigo 4.2, se o jogador que tem o lance toca deliberadamente sobre o tabuleiro:
a) uma ou mais peças da mesma cor, ele deve mover ou capturar a primeira peça tocada que possa ser movida ou capturada, ou
b) uma peça de cada cor, ele deve capturar a peça do adversário com sua peça ou, se isso for ilegal, mover ou capturar a primeira peça tocada que possa ser movida ou capturada. Se não estiver claro qual peça foi tocada primeiro, a peça do próprio jogador deve ser movida.
4.4 a) Se um jogador deliberadamente toca em seu rei e numa torre ele deve rocar naquele lado se for legal.
b) Se um jogador deliberadamente toca numa torre e então em seu rei, ele não pode rocar daquele lado e a situação será governada pelo Artigo 4.3.
c) Se um jogador com intenção de rocar toca em seu rei ou no rei e na torre ao mesmo tempo, mas o roque naquele lado é impossível, o jogador deve escolher entre rocar no outro lado, desde que seja legal, ou mover o rei. Se o rei não tiver lance legal o jogador é livre para fazer qualquer lance legal.
4.5 Se nenhuma das peças tocadas pode ser movida ou capturada o jogador pode fazer qualquer lance legal.
4.6 Se o adversário violar os Artigos 4.3 ou 4.4 o jogador não pode reclamar disso depois que ele mesmo deliberadamente tocar numa peça.
4.7 Quando, em um lance legal ou como parte de um lance legal, uma peça foi solta numa casa, ela não pode então ser movida para outra casa. 0 lance é considerado feito quando todos os requisitos do Artigo 3 foram preenchidos.

Artigo 5: A partida terminada
5.1 a) A partida é vencida pelo jogador que deu xeque-mate ao rei de seu adversário com um lance legal. Isso finaliza imediatamente a partida.
b) A partida é vencida pelo jogador cujo adversário declara que abandona. Isso finaliza imediatamente a partida.
5.2 A partida está empatada quando o jogador com o lance não tem nenhum lance legal e seu rei não está em xeque. Isso finaliza imediatamente a partida.
5.3 A partida está empatada mediante acordo entre os dois jogadores durante a partida. Isso finaliza imediatamente a partida.
5.4 A partida pode ser empatada se uma posição idêntica está prestes a aparecer ou apareceu no tabuleiro três vezes.
5.5 A partida pode ser empatada se os últimos 50 lances consecutivos foram feitos por ambos os jogadores sem o movimento de algum peão e sem a captura de alguma peça.

Referências:
http://xadrezsimoes.sites.uol.com.br/HISTORIADOXADREZ.htm
http://www.dcc.ufam.edu.br/~albertoc/cursos/psa/tp_xadrez/index.html
http://www.cbx.org.br/

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